Qual é a nossa Start Question?
A comunicação tem uma particularidade interessante que reside no fato de estar omnipresente em tudo o que uma empresa faz, seja nos produtos que comercializa, nos preços que fixa, nos canais de marketing que elege, nos patrocínios e mecenatos a que se associa, nas campanhas publicitárias ou até na forma como um rececionista atende um cliente. Ou seja, a comunicação é um processo dinâmico de interação permanente entre ambas as partes (consumidores e empresas/marcas).
Aproveitando a afirmação de Stephen R. Covey autor do best-seller Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, “o maior problema da comunicação é que não ouvimos com a intenção de entender, mas com a intenção de responder”, encontra-se desde logo o principal desafio da comunicação: a sua razão de ser.
Mais do que falar é necessário ouvir, ouvir os clientes, para assim desenhar as melhores estratégias de comunicação, desenvolver e promover os melhores meios de comunicação e interação, as relações entre os benefícios funcionais e emocionais dos produtos e serviços das marcas.
Hoje, mais do que nunca a afirmação de Charles Darwing, autor do livro “A Origem das Espécies”, em 1859 é atual “Não é o mais forte ou o mais inteligente que sobrevive, mas o que se adapta melhor à mudança” mais do que nunca conhecer o comportamento do consumidor é indispensável, para ajustar e adaptar conteúdos, meios e plataformas de comunicação.
A comunicação pressupõe a relação entre o emissor e o receptor, sendo que durante décadas as marcas entenderam o receptor como um agente numérico e não um ativo emocional, capaz de aceitar, rejeitar, promover, excluir, merecedor de validação e atenção, em suma, não foi considerado como um todo.
Essa consideração é fundamental, e deve iniciar o seu processo pelo seu entendimento mais “básico”, o seu comportamento biológico. O cérebro está constantemente a simular realidades, verdadeiras ou imaginárias, examina alternativas, resolve estórias e alimenta-se da experiência, conhecer as respostas a tal é indispensável.
O conhecimento das estruturas cerebrais e a respectiva funcionalidade é necessária para a compreensão do comportamento do consumidor, e consequentemente do impacto da comunicação.
A nível do neuromarketing, a comunicação está intrinsecamente ligada à aprendizagem do consumidor que se estuda a nível neurobiológico: quando o cérebro recebe mensagens sobre uma determinada marca/empresa de forma repetida e coerente, as ligações das redes neuronais fortalecem-se e, consequentemente, os novos estímulos veiculados pela comunicação necessitam de menos força para conseguir a mesma ativação (Braidot, 2009).
A neurocomunicação pressupõe a análise dos estímulos externos como as reações que um anúncio pode gerar a nível sensorial (nos diferentes sistemas sensoriais), a nível semântico (significados) e dos estímulos internos, ou seja, os mecanismos relacionados com o sistema de atenção, memória e emoções de quem recebe a mensagem (Braidot, 2009).
Vamos descobrir como se processam essas ligações, que impactos biológicos promover, e como pode a Neurociência Cognitiva Aplicada, a Economia Comportamental e a Comunicação apoiaram nessa concorrência dinâmica e complexa do mundo do consumo.